
Depois de insistir por mais de um ano em uma política desastrosa e flagrantemente permissiva, o governo Lula (PT) finalmente reconheceu o óbvio: conceder auxílio-doença apenas com base em laudos médicos enviados digitalmente era um convite à fraude, ao desperdício e ao caos istrativo. 6y3u6f
A crítica veio com força da própria Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP), que classificou a decisão como “atrasada” e “injustificável”.
Ao Diário do Poder, Luiz Carlos de Teive e Argolo, presidente da entidade, destacou que o governo ignorou por tempo demais os alertas técnicos e os inúmeros posicionamentos enviados ao Ministério da Previdência.
Segundo Argolo, a adoção de “soluções simplistas” agravou ainda mais os já históricos gargalos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), comprometendo a eficiência da Previdência e deixando os cofres públicos à mercê de fraudes sistemáticas.
De forma tardia, o Executivo decidiu voltar a exigir perícia médica presencial para afastamentos superiores a 30 dias.
E não é exagero. O exame pericial presencial, chamado erroneamente por setores da esquerda de “burocrático” e “desnecessário”, é na verdade uma das últimas barreiras contra o colapso financeiro da Previdência Social.
Trata-se de um filtro essencial para garantir que os benefícios cheguem a quem realmente precisa, evitando que aproveitadores drenem recursos que pertencem à população trabalhadora — aquela que paga impostos em dia e vê seus direitos sendo diluídos por má gestão e decisões ideológicas.
O modelo adotado até aqui pelo governo petista permitiu que afastamentos fossem autorizados sem qualquer contato direto entre médico e segurado. Na prática, abriu-se uma brecha perigosa para falsificações, diagnósticos inconsistentes e a proliferação de “benefícios de conveniência”. Tudo isso sob a justificativa de “agilizar processos”, quando o verdadeiro resultado foi um rombo ainda maior no sistema.
A mudança agora anunciada não é um gesto de responsabilidade, mas sim um recuo forçado diante do inevitável. A verdade é que o governo Lula preferiu durante muito tempo ignorar as vozes técnicas e especializadas — como a da ANMP — para agradar sua base ideológica, que vê qualquer tipo de controle como “perseguição” ou “opressão estatal”.
O problema é que, ao transformar a máquina pública em vitrine ideológica, o governo expõe a Previdência Social a riscos cada vez maiores, sacrificando a estabilidade fiscal em nome de uma narrativa populista. E, como sempre, quem paga essa conta é o contribuinte — aquele que acorda cedo, trabalha duro e assiste, impotente, ao desmonte silencioso das instituições.
Veja abaixo a nota completa de Luiz Carlos de Teive e Argolo ao Diário do Poder:
“A ANMP ressalta que a decisão do Governo de finalmente restringir a concessão do auxílio-doença pela via documental e voltar a exigir a avaliação presencial para afastamentos superiores a 30 dias chega com atraso injustificável. A insistência em soluções simplistas contribuiu para o agravamento dos gargalos da Previdência Social, ignorando alertas técnicos e os posicionamentos frequentemente encaminhados pela entidade ao Ministério. O exame pericial presencial, longe de ser um entrave burocrático, é um instrumento essencial de proteção ao interesse público e de combate às fraudes que historicamente minam a sustentabilidade da Previdência Social brasileira e, por consequência, destroem os cofres públicos”.